A trajetória dos musicais entre aplausos e revoluções
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In the Heights cdn.prod.website |
Desse intercâmbio nasce A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965), Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961) e Oliver! (1968), todos vencedores do Oscar de melhor filme, sendo Oliver! o último musical a receber esse prêmio no século 20.
No fim da década e durante boa parte da seguinte, o gênero sofre um forte declínio, mas ainda longe de morrer. Poucas produções marcantes são lançadas, mas é nesse momento, por exemplo, que Bob Fosse dirige Cabaret (1972), trazendo mais dinâmica do que os filmes anteriores, se utilizando de vários cortes ao invés de manter a câmera estática como se estivesse assistindo a uma peça.
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Hair, o musical static.dw |
Nesse momento, também começam a aflorar obras mais experimentais, críticas e de contracultura: o movimento hippie contra a Guerra do Vietnã inspira Hair em 1979 e temas sobre sexualidade e liberdade sexual surgem no trash The Rocky Horror Picture Show de 1975, que possui o recorde de filme que passou o maior tempo em cartaz, sendo exibido diariamente por décadas na sessão da meia-noite de cinemas alternativos de Nova Iorque.
Isso foi ampliando as possibilidades sobre os assuntos que um musical poderia tratar e sobre como fazê-lo. Atualmente, já carregamos toda essa história cinematográfica e isso é palpável quando percebemos a variedade dos musicais mais recentes.
Por mais que pareça que, nostalgicamente, os musicais eram absolutos como sucesso, é impossível agradar todos. Sempre existirá um público que recusa esse estilo de filme, seja por ser muito fantasioso ou por não se agradar com as histórias.
Não é difícil encontrar pessoas que se incomodam com as músicas repentinas, as coreografias e que sentem que isso quebra a cadência da obra. O jornalista e cineasta Duda Leite disse: “Acredito que são pessoas que não apreciam filmes não realistas, onde a fantasia é o principal aspecto (...) Mas também acredito que existe uma dose de preconceito um pouco descabido, já que os filmes musicais podem ser tão variados”.
Existe uma noção de que as histórias são sempre rasas e com desculpas para números musicais, o que não se aplica.
É um gênero que pode ser chocante para quem nunca viu, especialmente nas primeiras músicas até entender como elas funcionam naquele universo. Um grande problema é que as canções contam a história tanto quanto as falas e, por isso, esse estilo exige um trabalho mais complexo para os tradutores.
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