terça-feira, 10 de junho de 2025

Melodias em cena: a arte dos musicais no mundo do cinema

 O princípio, como bem disse a Noviça Rebelde

Ellen Abreu,
Maria Clara Neder e
Maria Luísa F. Valle C. Gonçalves.
Fonte: gshow.globo.com
Em: 10/01/25

Cena da música “Dó, Ré, Mi” de “A Noviça Rebelde”
amazonasatual.com.br

“E então começar do princípio, é sempre o melhor lugar”, disse um dia a noviça rebelde. Para entender o que é e o que representa um filme musical, o melhor ponto de partida é o início. Enquanto o teatro musical vem desde os princípios da arte ocidental, o cinema musical dependia de um fator importante para existir: o som. Assim, quando surge o filme sonoro com O Cantor de Jazz (The Jazz Singer, 1927), surge também o filme musical. Essa é a primeira obra sonora e o primeiro musical produzido no cinema e, desde então, ambos foram se popularizando: o som soberano e o musical se adaptando como o gênero que é.

Já em 1930, na segunda edição da premiação do Oscar, o vencedor da categoria de “melhor filme” era um musical: Melodia da Broadway (Broadway Melody, 1929). Nesse momento, os Estados Unidos passavam por uma severa crise econômica que levou à “grande depressão” durante a década seguinte, e filmes como O Picolino (Top Hat, 1935) e Vamos Dançar? (Shall We Dance?, 1937), estrelando Fred Astaire e Ginger Rogers, serviam como um belo entretenimento para um público que estava carente dele.

É nesse momento que a Disney lança Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937), fazendo história com o primeiro longa animado e que foi um sucesso, com produtos relacionados a ele sendo vendidos até hoje.

Sobre entretenimento para gerar esperança no povo, talvez o maior exemplo seja O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939). A aventura de Dorothy pela estrada de tijolos amarelos é atemporal e admirada até hoje. Como esquecer o “somewhere over the rainbow” da Dorothy? O longa é considerado um dos dez melhores filmes dos últimos 100 anos pelo American Film Institute.

No mesmo ano inicia-se a Segunda Guerra Mundial, que conta com a participação dos EUA, e Hollywood passa a produzir filmes incitando o nacionalismo e manejando sua política de boa vizinhança, o que se estende além do fim da guerra.

É o início da “era de ouro” dos musicais. Filmes como Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952) e os sucessos da Marilyn Monroe, como Os Homens Preferem as Loiras (Gentlemen Prefer Blondes, 1953), são dessa época.

“Quando a guerra acaba, a política de boa vizinhança se intensifica. Filmes com artistas estrangeiros ficam mais comuns. Os filmes de Carmen Miranda eram um sucesso, mas o Brasil já estava no bolso”, diz Gerson Steves, ator, jornalista, diretor e autor do livro A Broadway não é aqui: panorama do teatro musical no Brasil, entrevistado pela Jornalismo Júnior para auxiliar na construção da matéria. “Era preciso conquistar novos mercados. Note a importância de An American In Paris (com Gene Kelly, 1951) e Gigi (1958) – ambos com a starlet Leslie Caron”.

Contudo, a situação nos Estados Unidos começa a normalizar no fim dos anos 1950 e a demanda por esse tipo de entretenimento começa a cair. É quando a indústria começa a olhar para o teatro musical, mais especificamente para a Broadway, buscando se reinventar para agradar o novo público que surge.

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